quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Processo Olfativo: Como Percebemos os Aromas


O processo olfativo está ligado a respiração e consiste numa corrente de reações químicas e elétricas, ou seja, as moléculas aromáticas precisam reagir eletroquimicamente dentro do organismo vivo para que possamos senti-las. Assim, elas são transmitidas na seguinte sequência até que perceba se o estímulo aromático:



1. As moléculas aromáticas voláteis entram na cavidade nasal com o ar;

2. Na cavidade nasal o ar é aquecido e as moléculas aromáticas dissolvem-se no epitélio olfatório;

3. As moléculas aromáticas encaixam-se nos receptores olfatórios específicos, presentes no epitélio olfatório, desencadeando mensagens eletroquímicas;

4. A célula neural presente no epitélio olfatório é bipolar, isto é, apresenta duas extremidades. Em uma dessas extremidades, em contato com o meio externo, as células nervosas formam os cílios olfatórios que recebem as moléculas aromáticas. Na outra extremidade formam o bulbo olfatório, feixe de fibras nervosas em contato direto com a área límbica do sistema nervoso central.

5. Os cílios olfatórios são formados por milhões de receptores nervosos. Estes recebem a primeira mensagem odorífera e a transmitem a um segundo receptor olfatório, o bulbo olfatório, que a retransmite ao sistema nervoso central via sinais eletroquímicos gerando a sensação do cheiro;

6. As fibras nervosas do bulbo olfatório, que trazem as mensagems eletroquímicas da percepção do aroma, inserem-se diretamente dentro do sistema nervoso. Elas estão em conexão direta com o hipotálamo e com estruturas da região límbica cerebral, denominadas de hipocampo e amígdala. Estas áreas do cérebro límbico estão relacionadas especificamente ao armazenamento de memórias, ao sentimento de emoções como raiva, medo e sensações de prazer ou dor. Isto explica como o cheiro dos OE ativa a memória e sentimentos, criando uma resposta emocional;

7. O reconhecimento e a ligação da molécula aromática, no sítio ativo do receptor específico, é feita nas membranas dos cílios olfatórios por proteínas - as proteínas G transmembrana, fixadoras de moléculas aromáticas. Quando a molécula encontra o sítio ativo específico, inicia-se o processo de sinalização eletroquímica;

8. As proteínas G transmembrana, através de sinalização eletroquímica estimulam o sistema endócrino a sintetizar neurotransmissores como: endorfina, dopamina, encefalina, serotonina e noradrenalina;

9. O sistema olfatório é capaz de distinguir apenas um aroma de cada vez, que pode ser a combinação de vários aromas. Entre dois ou mais aromas, predominará o de maior intensidade.

No caso de ambos possuírem a mesma intensidade, forma-se um aroma intermediário, chamado de mascaramento.

Algumas moléculas aromáticas originam mensagem eletroquímica, que será convertida em ação e expressão de sentimentos como: euforia, relaxamento, concentração, coragem, força, etc, dependendo dos neurotransmissores ativados (item 8). Após a emissão da mensagem eletroquímica, são rapidamente expelidas da cavidade nasal pela expiração.

Outras moléculas ficam presas à mucosa nasal ligando-se a um átomo de oxigênio da próxima inspiração e acabam por penetrar nos pulmões acopladas ao oxigênio. Na troca de gases que ocorre nos pulmões, elas passarão para a corrente sangüínea transportadas por todo o organismo, onde serão absorvidas pelos órgãos necessitados, desencadeando respostas terapêuticas específicas.