O
processo olfativo está ligado a respiração e consiste numa corrente de reações
químicas e elétricas, ou seja, as moléculas aromáticas precisam reagir
eletroquimicamente dentro do organismo vivo para que possamos senti-las. Assim,
elas são transmitidas na seguinte sequência até que perceba se o estímulo
aromático:
1.
As moléculas aromáticas voláteis entram na cavidade nasal com o ar;
2.
Na cavidade nasal o ar é aquecido e as moléculas aromáticas dissolvem-se no
epitélio olfatório;
3.
As moléculas aromáticas encaixam-se nos receptores olfatórios específicos,
presentes no epitélio olfatório, desencadeando mensagens eletroquímicas;
4.
A célula neural presente no epitélio olfatório é bipolar, isto é, apresenta
duas extremidades. Em uma dessas extremidades, em contato com o meio externo,
as células nervosas formam os cílios olfatórios que recebem as moléculas
aromáticas. Na outra extremidade formam o bulbo olfatório, feixe de fibras
nervosas em contato direto com a área límbica do sistema nervoso central.
5.
Os cílios olfatórios são formados por milhões de receptores nervosos. Estes
recebem a primeira mensagem odorífera e a transmitem a um segundo receptor olfatório,
o bulbo olfatório, que a retransmite ao sistema nervoso central via sinais
eletroquímicos gerando a sensação do cheiro;
6.
As fibras nervosas do bulbo olfatório, que trazem as mensagems eletroquímicas
da percepção do aroma, inserem-se diretamente dentro do sistema nervoso. Elas
estão em conexão direta com o hipotálamo e com estruturas da região límbica
cerebral, denominadas de hipocampo e amígdala. Estas áreas do cérebro límbico
estão relacionadas especificamente ao armazenamento de memórias, ao sentimento
de emoções como raiva, medo e sensações de prazer ou dor. Isto explica como o
cheiro dos OE ativa a memória e sentimentos, criando uma resposta emocional;
7.
O reconhecimento e a ligação da molécula aromática, no sítio ativo do receptor
específico, é feita nas membranas dos cílios olfatórios por proteínas - as proteínas
G transmembrana, fixadoras de moléculas aromáticas. Quando a molécula encontra
o sítio ativo específico, inicia-se o processo de sinalização eletroquímica;
8.
As proteínas G transmembrana, através de sinalização eletroquímica estimulam o
sistema endócrino a sintetizar neurotransmissores como: endorfina, dopamina,
encefalina, serotonina e noradrenalina;
9.
O sistema olfatório é capaz de distinguir apenas um aroma de cada vez, que pode
ser a combinação de vários aromas. Entre dois ou mais aromas, predominará o de
maior intensidade.
No
caso de ambos possuírem a mesma intensidade, forma-se um aroma intermediário,
chamado de mascaramento.
Algumas
moléculas aromáticas originam mensagem eletroquímica, que será convertida em ação
e expressão de sentimentos como: euforia, relaxamento, concentração, coragem,
força, etc, dependendo dos neurotransmissores ativados (item 8). Após a emissão
da mensagem eletroquímica, são rapidamente expelidas da cavidade nasal pela
expiração.
Outras
moléculas ficam presas à mucosa nasal ligando-se a um átomo de oxigênio da
próxima inspiração e acabam por penetrar nos pulmões acopladas ao oxigênio. Na
troca de gases que ocorre nos pulmões, elas passarão para a corrente sangüínea
transportadas por todo o organismo, onde serão absorvidas pelos órgãos
necessitados, desencadeando respostas terapêuticas específicas.