quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Sentido Esquecido: O Olfato


Poucas coisas ou eventos impactam a psiquê humana tão profundamente evocando as mais remotas memórias como os cheiros. Um aroma pode nos levar de volta à infância, ao dia do casamento, à morte de um ente querido, à lembrança do primeiro namorado, ou seja, pode nos envolver em estados emocionais de tristeza, alegria ou qualquer outra emoção.

Os aromas evocam memórias antigas e fazem o passado tornar-se presente como nenhum outro sentido.

Acredita-se que a sensibilidade aos aromas é influenciada pela cultura. Uma fragrância pode ser codificada como normal, aceitável, prazeirosa para uns e não para outros. As pessoas podem expressar respostas emocionais diferentes para um mesmo aroma. O cheiro de peixe agrada aos habitantes de uma ilha, lembrando-os da infância, da conexão com o meio em que vivem, mas pode ser totalmente rejeitado por habitantes do interior do continente sem a vivência e o contato com o litoral.

Diversas pesquisas envolvendo o sentido olfatório vêm sendo realizadas em várias partes do mundo. Uma experiência foi realizada utilizando o aroma de baunilha com pessoas do ocidente e com japosenes. Os ocidentais, ao sentirem o aroma de baunilha, relaxaram e alegraram-se, sentiram-se em casa lembrando do bolo da vovó, do creminho da mamãe. Já os japoneses, não experienciaram nenhuma resposta significativa a este aroma pois a baunilha não é um condimento utilizado na culinária japonesa, não remetendo assim a nenhuma lembrança.

Susan Schiffman, psicóloga e professora da Universidade de Duke na Carolina do Norte, apresentou em um estudo o mesmo aroma para pessoas de culturas diferentes. A reação das pessoas a esses cheiros foram as mais variadas, constatando-se que emoções individuais associadas com um determinado cheiro podem mudar a percepção do que se experiencia. 

Especula-se que a exposição a cheiros não usuais pode promover a tolerância. A partir deste estudo, ela sugere que crianças sejam propositalmente expostas a cheiros multiculturais para acostumarem-se a aromas que lhes sejam inusitados, não usuais em suas culturas, para tornarem-se adultos mais abertos, tolerantes e pacíficos.

O cheiro é a nossa comunicação mais direta com a natureza. Apesar de não conscientes, monitoramos o mundo a nossa volta através dos cheiros.

“Cheiros... o olfato não é apenas biologicamente o mais antigo de todos os sentidos, é também o mais evocativo. Penetra mais profundo que os pensamentos conscientes, que a organização da memória e têm vontade própria, a qual a imaginação humana é compelida a obedecer.” (Laurans Van Der Post, apud Keville & green, 2009).

Sabe-se que memórias evocam emoções e que estas desencadeiam liberações hormonais. Há dados demonstrando que emoções positivas liberam hormônios de prazer e que emoções negativas liberam hormônios do stress. A aromaterapia pode ser utilizada para equilibrar a psiquê humana criando ambientes evocativos de boas memórias, fortalecendo o organismo através de estímulo do sistema imunológico com bons hormônios. Pode-se ainda evocar memórias traumáticas com aromas para o resgate de traumas e experiências negativas, porém, esta prática dentro da aromaterapia deve ser utilizada apenas por profissionais com especialização e conhecimento em psicologia.

Normalmente, na aromaterapia trabalha-se com aromas que são reconhecidos como prazeirosos pelo cérebro límbico. Entretanto, alguns autores afirmam que, mesmo sem a evocação de lembranças, os aromas induzem também o sistema endócrino a liberar hormônios devido à especificidade eletroquímica das moléculas aromáticas. De acordo com Tisserant (1993), o aroma excitante do grapefruit e da sálvia sclarea estimulam o tálamo a secretar encefalinas (analgésicos naturais) induzindo o corpo a sentir uma sensação de bem-estar geral. O aroma afrodisíaco do ylang-ylang estimula a glândula pituitária a secretar endorfina e outros hormônios na corrente sanguínea, que regularão outras glândulas como a tireóide e as suprarenais. Acredita-se também que o aroma sedativo da manjerona estimula o sistema límbico desencadeando a secreção e a liberação de serotonina, hormônios antidepressivos que auxiliam entre outras coisas, na regulação do sono.

Para compreender como a aromaterapia funciona e os efeitos dos OE, deve-se ter uma noção de dois processos fisiológicos básicos: o funcionamento do sistema olfatório e a absorção das moléculas dos OE pelo organismo.

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Humor psicanalítico



João estava vendo um psicanalista durante quatro anos para curar o medo que ele tinha de um monstro que ele tinha embaixo da cama. 

Levou anos sem ele ter uma boa noite de sono. Seu progresso era lento, e ele sabia disso. 

Então, um dia ele parou de ir ao psicanalista e decidiu tentar algo diferente. 

Algumas semanas depois, o psicanalista do João encontrou-o num supermercado e ficou surpreso de vê-lo bem descansado, enérgico e satisfeito. 

"Doutor!", disse João, 

"É incrível! Eu estou curado!" 

O psicanalista disse: "Que bom! Você parece muito melhor. Como conseguiu?" 

João: "Eu fui a outro doutor e ele me curou em UMA sessão!" 

"Uma?", o psicanalista incrédulo. 

João: "Sim, ele era behaviorista". 

"Um behaviorista? Como ele te curou em uma sessão?", perguntou o psicanalista. 

"Ah, foi fácil, ele me disse pra cortar as pernas da minha cama".


Como atuam os Óleos Essenciais - OE

Como já foi dito, o sistema límbico e o hipotálamo controlam a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo. A aromaterapia trabalha justamente ativando determinadas áreas destes dois sistemas.

Os OE penetram no organismo de 2 maneiras:



Através da inalação: via cílios olfatórios e bulbo olfatório estimularão o sistema nervoso, o sistema límbico e endócrino, desencadeando liberação hormonal e resposta emocional. Ainda, via inalação poderão chegar até o sistema circulatório via pulmões, ocasionando respostas físicas imediatas como diurese, hipertensão etc.

Através da absorção pela pele: via folículos pilosos e poros sudoríparos da pele, penetram nos capilares sanguíneos da derme, por onde alcançarão a corrente sanguínea, provocando respostas terapêuticas variadas, dependendo da necessidade do organismo. Assim como as moléculas odoríferas interagem com o sistema nervoso através de sinalização e impulsos eletroquímicos, elas também são fácil e rapidamente absorvidas pela pele devido à sua alta solubilidade lipídica, afinidade lipofílica das membranas celulares e pelo tamanho diminuto de suas moléculas.

Estudos demonstraram que após uma massagem com óleo vegetal aromatizado em concentração de 2% de OE de lavanda, foram detectados moléculas aromáticas como linalol e acetato de linalina na corrente sanguínea. A concentração é mais alta após 20 minutos do término da massagem, tornando-se indetectável após 90 minutos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Os tempos estão realmente mudando...


Os tempos estão realmente mudando...

A era do automóvel empacou - publicado originalmente na Revista Época de 03/12/12

Apontado como vilão do trânsito e do meio ambiente, o carro deixou de atrair os jovens como antigamente. A indústria tenta reagir



O empresário Tennyson Pinheiro, de 35 anos, usava o carro para ir de casa para seu escritório, a 9 quilômetros de distância, em 45 minutos. Achava isso normal, até passar dez dias em Londres, em 2009. “Lá, todo mundo anda de metrô”, diz. “Percebi que tinha uma rede de transporte público razoável em São Paulo, e nem usava.” Pinheiro e sua mulher, que não têm filhos, experimentaram deixar o carro na garagem por um mês. “Gostei tanto que vendi o carro”, afirma. “Pagava caro para mantê-lo, vivia estressado e não me ligava à cidade.” Pinheiro não está sozinho. Uma parcela cada vez maior dos jovens decide viver sem carro. “Há um paradoxo no Brasil”, diz João Cavalcanti, sócio da consultoria de mercado Box 1824. “Nunca se comprou tanto carro, mas, ao mesmo tempo, o desejo por eles está caindo.” De acordo com o consultor Bob Lutz, ex-vice-presidente de BMW, Ford, Chrysler e General Motors, a queda do interesse por automóveis é uma tendência mundial. “A sedução do carro não faz mais sentido”, afirmou a ÉPOCA. “Dirigir será um lazer excluído das cidades, como andar a cavalo.”O paradoxo do Brasil, onde a venda de automóveis cresce, e as pesquisas de mercado mostram a queda do interesse, se explica pela diversidade do país. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que a média brasileira de 6,1 habitantes por carro ainda é alta e deverá cair à metade até meados de 2020. O crescimento nas vendas é puxado pela demanda reprimida das regiões Norte e Nordeste. No Sul e no Sudeste, o aumento da frota passou a acompanhar o crescimento da população. Nessas regiões, observa-se a queda de interesse pelos carros. Segundo a Pesquisa Origem e Destino, do Metrô, a relação de carros por habitante em São Paulo manteve-se estável entre 1997 e 2007. Nesse período, o uso de transporte público subiu de 45% para 55%.

O interesse do consumidor diminui à medida que o automóvel deixa de cumprir sua principal promessa: a mobilidade. Em 2009, a Fundação Dom Cabral publicou um estudo que afirma: o trânsito está à beira do colapso no Rio de Janeiro, em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Os momentos de trânsito intenso se prolongam de tal forma que, em 2013, não haverá mais calmaria entre os horários de pico da manhã, da tarde e da noite. Os engarrafamentos tendem a se prolongar e virar uma coisa só.
A imobilidade do automóvel desafia o modelo de moradia importado dos Estados Unidos, que virou sonho da classe média brasileira a partir da década de 1970, em bairros como Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, ou Morumbi, em São Paulo: morar afastado do centro, numa casa ampla com mais de duas vagas na garagem. O novo sonho da classe média é viver perto do transporte público. Segundo a imobiliária Lopes, 63% dos futuros lançamentos residenciais em São Paulo estarão a até 1 quilômetro de uma estação do metrô. “Estar perto delas valoriza os imóveis em cerca de 20%”, diz Mirella Parpinelli, diretora da Lopes.
Nos Estados Unidos, os jovens estão comprando menos carros, tirando carteira de habilitação mais tarde e dirigindo menos quilômetros. A fatia de mercado do público entre 21 e 34 anos encolheu de 38%, em 1985, para 27%, diz o instituto de pesquisas CNW. A Universidade de Michigan afirma que, em 2008, 18% da população entre 20 e 24 anos não tinha carteira de motorista – em 1983, esse índice era de apenas 8%. Segundo o grupo de estudos Frontier, a distância percorrida por motoristas entre 16 e 34 anos diminuiu 23%, entre 2001 e 2009. No mesmo período, o uso de bicicleta aumentou 24%. A queda do interesse por carros é, em parte, fruto da crise econômica. Na Espanha, a taxa de desemprego da população entre 16 e 24 anos alcançou 53%. A recessão não é a única responsável pelo declínio dos carros. “Mesmo jovens empregados, ou de famílias ricas, estão dirigindo menos”, afirma Tony Dutzig, responsável pelo estudo do Frontier. A General Motors encomendou uma pesquisa à MTV Scratch, consultoria que estuda tendências de consumo. Cerca de 3 mil jovens apontaram suas marcas favoritas, num universo de 31. Google e Nike lideraram a lista. Nenhuma montadora ficou entre as dez primeiras. Para Jim Lentz, presidente do departamento de vendas da Toyota nos Estados Unidos, o desapego juvenil veio para ficar. “Temos de encarar a realidade crescente de que os jovens não parecem interessados em automóveis, como eram as gerações anteriores”, diz Lentz.
A perda de interesse por ter um carro particular é uma novidade histórica. Automóveis viraram parte das famílias de classe média desde 1908, quando o americano Henry Ford lançou o Modelo T, vendido inicialmente por US$ 850 (US$ 21 mil, em valores de hoje). Antes do Ford T, carro era brinquedo de gente rica e excêntrica. Depois dele, tornou-se um produto de massa. “Farei um carro grande o bastante para levar a família, e pequeno o bastante para uma pessoa dirigir e cuidar”, disse Ford, em seu livro Minha vida e trabalho. “Ele terá preço tão baixo que todo homem de bom salário será capaz de ter.” A produção anual da Ford passou de 10 mil unidades, em 1908, para mais de 2 milhões, em 1923. Hoje, o mundo tem cerca de 1 bilhão de carros. A cada ano, são fabricados 60 milhões.
No século XX, o automóvel se tornou parte indissociável da sociedade. “Perguntar se os carros moldaram a cultura ou se a cultura moldou os carros é uma variação da questão entre ovo e galinha”, diz Paul Ingrassia, autor do livro Engines of change (Motores de mudança, inédito no Brasil). A urbanização dos EUA foi sustentada pelo meio de transporte individual, com moradias distantes do centro da cidade, ligadas ao local de trabalho por vias largas. O Brasil acompanhou esse modelo após a década de 1940, abandonando o investimento em trens e bondes, em favor de ruas e avenidas para carros.
No pós-guerra, o carro se estabeleceu como instrumento de afirmação dos jovens, ao proporcionar liberdade, coesão social e status. Esse papel foi registrado nas produções artísticas. No livro Pé na estrada (1957), de Jack Kerouac, garotos cruzam os Estados Unidos num carro. No caminho, fazem amigos, descobrem o mundo e se descobrem. No filme Juventude transviada, de 1955, James Stark, interpretado pelo ator James Dean, usa calça jeans, camiseta branca, fuma e tem um carro. Sentados num para-choque, ele e sua garota combinam nunca mais voltar para a casa de seus pais. Quando desperta a ira do líder de uma turma rival, Stark combina um duelo ao volante. Nas horas vagas, Dean era piloto. Morreu dirigindo seu Porsche Spyder, aos 24 anos, fundindo ator e personagem num mito da juventude eterna. O paradigma para os homens maduros surgiu em 1962, nos filmes de James Bond. O agente 007 usava terno e gravata, fumava cigarro, dirigia um Aston Martin e tinha mulheres a seus pés. James Dean e James Bond personificaram o padrão ocidental de sucesso masculino. “Um homem com mais de 26 anos, dentro de um ônibus, pode se considerar um fracassado”, disse Margaret Thatcher, em 1986, quando era primeira-ministra do Reino Unido.
A frase de Thatcher tende a virar um registro de uma era que passou. A fumaça dos automóveis, com seu motor a combustão, segue caminho semelhante ao da fumaça dos cigarros. Assim como o cigarro virou alvo de campanhas que apontam o fumo como causa de doenças, o carro foi eleito um dos grandes culpados pelas mudanças climáticas. A causa ambiental ganhou força após a exibição do documentário Uma verdade inconveniente (2006), do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, e da realização do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), daOrganização das Nações Unidas (ONU), em 2007. O documento da ONU afirma que o transporte rodoviário responde por 24% das emissões de CO2 nos Estados Unidos e 22% na Europa. A condenação do carro coincidiu com a emergência dos artigos eletrônicos, como smartphones e tablets, como sonho de consumo. Eles cumprem papéis historicamente atribuídos aos carros: encurtam distâncias e exprimem a individualidade de seu dono. Sua constante inovação confere status social àqueles que compram o último modelo. “Muitos jovens preferem comprar smartphones a tirar habilitação”, diz Tony Dutzik, pesquisador do Frontier. “Eles reduzem a necessidade de locomoção, para manter contato on-line com os amigos.”
Formas de uso mais flexível dos meios de transporte também começam a se afirmar. Rio de Janeiro e São Paulo adotaram sistemas de aluguel de bicicletas, seguindo o modelo do programa Vélib, de ParisLos Angeles, cidade americana historicamente devotada ao automóvel particular, está implantando corredores de ônibus rápido, com faixas exclusivas, como em Curitiba, no Paraná, e Bogotá, na Colômbia. O ciclista deixa sua bicicleta num rack, à frente do ônibus, e sai pedalando de qualquer ponto. Em São Paulo, a empresa Zazcar aluga carros por frações do dia, debitáveis de um cartão pré-pago. A inspiração é a empresa Zipcar. Fundada em 2000, nos Estados Unidos, a Zipcar tem cerca de 770 mil clientes.
A indústria do automóvel está reagindo. A nova tendência entre as montadoras é tentar se afirmar como empresas de mobilidade, em que o carro é uma entre várias opções. O Salão do Automóvel de São Paulo foi um sinal da mudança de ares. Nunca o evento teve tantas bicicletas quanto na 27ª edição, encerrada em novembro. Foram ao menos 12, presentes no estande de nove montadoras. Estavam ali para enfeitar carros de apelo jovem, como o jipe EcoSport, mas não só por isso. “Dependendo da aceitação do público, passaremos a vender nossa bicicleta elétrica no Brasil”, diz Oswaldo Ramos, diretor de marketing da Ford. “Ela é importante para fortalecer nossa imagem.” Na Europa, a BMW lançou um aplicativo de smartphone que mostra a maneira mais rápida para ir de um lugar a outro. Por vezes, o roteiro propõe estacionar o carro e pegar um trem. “A marca BMW tem a ver com eficiência e prazer”, diz Henning Dornbusch, presidente da BMW do Brasil. “Queremos proporcionar isso, mesmo se a locomoção mais eficiente e prazerosa não incluir o carro.” A empresa implantará na Alemanha um projeto de compartilhamento de garagens. Quem mora no bairro A e trabalha no bairro B poderá trocar de vaga, durante o expediente, com quem faz o caminho contrário. “Queremos incentivar o melhor uso do espaço”, diz Dornbusch.
A oferta de carros híbridos e elétricos é outra resposta da indústria automobilística às críticas à poluição. O exemplo mais bem-sucedido é o Prius, lançado pela Toyota em 1997. Em baixas velocidades, ele usa um motor elétrico, sem emitir fumaça. Um pequeno motor a gasolina é acionado em altas velocidades e para recarregar as baterias. O uso combinado permite ao carro rodar a média de 20 quilômetros por litro de gasolina, metade do consumo de um Toyota Corolla. O Prius era (e é) caro, como foram outras tentativas de fugir ao tradicional motor a combustão. Segundo o jornalThe New York Times, a economia de combustível de um carro híbrido leva oito anos para compensar o maior investimento na compra. O Prius deu certo ao se firmar como alternativa ecologicamente correta em oposição aos Hummers – jipões capazes de escalar paredes, com consumo na casa de 6 quilômetros por litro. A diferença entre os dois mundos foi registrada pelo The New York Times na festa do Oscar de 2004. “Hugh Hefner (o já decadente fundador da revista Playboy) chegou num Hummer”, disse o jornal. “Tom Hanks chegou de Prius.” Em janeiro, a Toyota lançará o Prius no Brasil. Não é uma aposta no escuro. No ano passado, a Ford vendeu no país 200 unidades da versão híbrida do Fusion, por R$ 130 mil – 60% mais que o modelo comum.
Motores menos poluentes reduzem o impacto ecológico do carro, mas não alteram seu impacto no espaço. Em silêncio, e sem emitir fumaça, o motorista de um híbrido continuará limitado pelo tráfego e pelas leis de trânsito. No futuro, aqueles que amam dirigir rápido, como nos filmes de James Dean e James Bond, encontrarão saída em lugares fechados. Os condomínios autódromos já existem nos Estados Unidos. Em breve chegarão ao Brasil. Em vez de campo de golfe ou haras, a atração principal será uma pista de corrida, que ocupa uma grande extensão do terreno, cercado por casas. Uma imobiliária planeja lançar um assim, no interior de São Paulo, assinado pelo ex-bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. Cada vez menos agradável nas cidades, o carro particular poderá um dia deixar de ser um meio de transporte para voltar a ser um mero brinquedo.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Processo Olfativo: Como Percebemos os Aromas


O processo olfativo está ligado a respiração e consiste numa corrente de reações químicas e elétricas, ou seja, as moléculas aromáticas precisam reagir eletroquimicamente dentro do organismo vivo para que possamos senti-las. Assim, elas são transmitidas na seguinte sequência até que perceba se o estímulo aromático:



1. As moléculas aromáticas voláteis entram na cavidade nasal com o ar;

2. Na cavidade nasal o ar é aquecido e as moléculas aromáticas dissolvem-se no epitélio olfatório;

3. As moléculas aromáticas encaixam-se nos receptores olfatórios específicos, presentes no epitélio olfatório, desencadeando mensagens eletroquímicas;

4. A célula neural presente no epitélio olfatório é bipolar, isto é, apresenta duas extremidades. Em uma dessas extremidades, em contato com o meio externo, as células nervosas formam os cílios olfatórios que recebem as moléculas aromáticas. Na outra extremidade formam o bulbo olfatório, feixe de fibras nervosas em contato direto com a área límbica do sistema nervoso central.

5. Os cílios olfatórios são formados por milhões de receptores nervosos. Estes recebem a primeira mensagem odorífera e a transmitem a um segundo receptor olfatório, o bulbo olfatório, que a retransmite ao sistema nervoso central via sinais eletroquímicos gerando a sensação do cheiro;

6. As fibras nervosas do bulbo olfatório, que trazem as mensagems eletroquímicas da percepção do aroma, inserem-se diretamente dentro do sistema nervoso. Elas estão em conexão direta com o hipotálamo e com estruturas da região límbica cerebral, denominadas de hipocampo e amígdala. Estas áreas do cérebro límbico estão relacionadas especificamente ao armazenamento de memórias, ao sentimento de emoções como raiva, medo e sensações de prazer ou dor. Isto explica como o cheiro dos OE ativa a memória e sentimentos, criando uma resposta emocional;

7. O reconhecimento e a ligação da molécula aromática, no sítio ativo do receptor específico, é feita nas membranas dos cílios olfatórios por proteínas - as proteínas G transmembrana, fixadoras de moléculas aromáticas. Quando a molécula encontra o sítio ativo específico, inicia-se o processo de sinalização eletroquímica;

8. As proteínas G transmembrana, através de sinalização eletroquímica estimulam o sistema endócrino a sintetizar neurotransmissores como: endorfina, dopamina, encefalina, serotonina e noradrenalina;

9. O sistema olfatório é capaz de distinguir apenas um aroma de cada vez, que pode ser a combinação de vários aromas. Entre dois ou mais aromas, predominará o de maior intensidade.

No caso de ambos possuírem a mesma intensidade, forma-se um aroma intermediário, chamado de mascaramento.

Algumas moléculas aromáticas originam mensagem eletroquímica, que será convertida em ação e expressão de sentimentos como: euforia, relaxamento, concentração, coragem, força, etc, dependendo dos neurotransmissores ativados (item 8). Após a emissão da mensagem eletroquímica, são rapidamente expelidas da cavidade nasal pela expiração.

Outras moléculas ficam presas à mucosa nasal ligando-se a um átomo de oxigênio da próxima inspiração e acabam por penetrar nos pulmões acopladas ao oxigênio. Na troca de gases que ocorre nos pulmões, elas passarão para a corrente sangüínea transportadas por todo o organismo, onde serão absorvidas pelos órgãos necessitados, desencadeando respostas terapêuticas específicas.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que são os Óleos Essenciais - OE


São substâncias orgânicas e naturais, a Essência Viva responsável pelo perfume das plantas aromáticas. Podem ser obtidos através da destilação a vapor d’água de certas partes da planta, tais como: flores (lavanda francesa, ylang-ylang), frutos (anis estrelado, may chang), folhas (patchouli, cedro Atlas), folhas e flores (manjerona, alecrim), raízes (vetiver), bulbo e rizoma (gengibre), madeira (sândalo, pau rosa, cedro Virgínia). Também podem ser obtidos por pressão a frio da casca (frutos cítricos: laranja, limão sicilano, bergamota, tangerina).

Os vegetais aromáticos produzem pequenas quantidades de óleos essenciais nas células secretoras a partir dos açúcares advindos do processo de fotossíntese. A medida que as células secretoras vão produzindo o OE, esse vai sendo acumulado. Em seguida, esse óleo é armazenado em minúsculas gotas entre as células de várias partes do vegetal. No processo de destilação as glândulas secretoras são esvaziadas, murchando, sem serem destruidas.

A quantidade de óleo essencial que algumas plantas produzem é às vezes ínfimo, isso explica o fato de alguns óleos essênciais possuírem preços elevados. Algumas vezes é necessário até 1.000Kg de planta aromática para se obter 1 litro de óleo essencial.

 

Os Óleos Essenciais são voláteis e altamente concentrados, e apesar de serem chamados de óleos, não apresentam nenhuma substância gordurosa. São compostos por moléculas químicas orgânicas responsáveis pela ação anti-séptica, antimicrobiana, relaxante, estimulante, etc...

Função

Cumprem a função de hormônio vegetal, reserva energética, atração de polinizadores, repulsão de predadores, etc...

No organismo humano, agem no nível biológico fortalecendo as defesas naturais do corpo e o equilíbrio do sistema endócrino. No nível psíquico, auxiliam na interiorização, permitindo com isso um relaxamento profundo, proporcionando o processo de auto-regulação.

Podemos dizer que os óleos essenciais representam o espírito, a alma da planta; a forma mais concentrada de energia vegetal.


Modos de usar

Podem ser usados em combinação com a massagem, fricção, inalação, compressas, aromatização, assepsia ambiental, cosmética e banhos.

Sempre que usado de forma correta, os óleos essenciais podem ser aplicados com segurança à família, à amigos, no cuidado com a beleza, no melhoramento da saúde e bem estar. No trabalho, é uma ferramenta valiosa para o relaxamento e alívio do stress.